quarta-feira, 19 de novembro de 2014

aquele cigarro

Você foi igual aquele terceiro cigarro que fumei em seguida. Que me dá vontade de ir ao banheiro. Que eu não queria terminar, mas fiquei com dó de jogar fora. Que pensei que valia a pena porque custou tão caro. E esperei que ele queimasse sozinho até o fim, mas ele demorava tanto. Então eu dei a última tragada, desceu seca, zonzeou a minha cabeça. Levantei e segui em frente com esse mal estar. Joguei ele no cinzeiro sem nem o apagar. Esquecendo-o, deixando que ele lidasse com as suas cinzas depois de me causar náuseas. Fui dormir com o cheiro impregnado em mim. Com o gosto em minha boca. E pensando que eu deveria parar de fumar. No dia seguinte tomei um banho e o cheiro foi embora, escovei os dentes e era tudo novo de novo. Fui viver.

Mas acendi outro cigarro. Sem a pressa de fumá-lo. Sem a vontade de acender outro logo em seguida. Aproveitando aquilo que eu gostava de aproveitar.

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