sábado, 29 de outubro de 2011

ninguém

Na realidade eu não quero você. Só quero alguém que faça valer a pena o esforço do meu querer. Caso você ainda não tenha percebido - porque dizem que sou de tudo um pouco, menos um mistério - eu perco o gosto pelo o que não me faz bem, por quem não faz questão da minha presença e tampouco do meu esforço. Pois então se para você minhas atitudes não valem muita coisa, você não vale nada para mim. Eu só quero alguém que queira a mim também. No mesmo nível, na mesma intensidade, com o mesmo respeito. E enquanto não achar quem valha a pena, eu não quero ninguém.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

adeus


Eu não temo a morte. Mas sim a fragilidade da vida. O fato de se ir e nunca mais voltar. Dos desejos se evaporarem tão fácil no ar. E o corpo ser a maior contradição que existe. Como pode um pedaço de carne representar tanto amor, ter tantas histórias e não possuir vida nenhuma? É tudo tão simples e idiota. É um tchau sem volta e nos custa acreditar que, apesar de quem seja, não irá voltar. Os sorrisos se perderão na memória e talvez o tempo disfarce a saudade. Nos é arrancado um pedaço do peito que mais tarde também será o ceifador de muitos outros. E é nesse ciclo constante de adeus irrevogáveis que a vida passa e segue e continua e, principalmente, não para pra esperar ninguém.

domingo, 9 de outubro de 2011

vem comigo?

- Vontade de chorar.
- Sei como é...
- Mas quero ser forte.
- Você é forte.
- Não sei se sou pra isso... Então me segura porque tá difícil caminhar sozinha e não querer desabar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

tô afim!

Eu tô afim de ser feliz!
Com você enfiando ou não seu nariz
No que é meu e você nem quis.

Quem quiser pode vir sorrindo
Porque espaço no rosto
E no coração é o que não falta.

Vem correndo! Porque perder tempo
É o que nos mata.
Viver sofrendo nos enche de mágoa,

E já nos basta aturar a saudade
De quem não chega e nos maltrata.
Mas o coração bondoso fica penando

Pra encontrar fresta de esperança
Nesse mundo cheio de vingança.
Mas escuta essa melodia que vem

E não passa. Essa coisa boba,
Que nos invade à tarde
E parece ser a razão de vivermos,

Nem que seja do ócio,
De transformar em realidade
Esse sentimento de prosperidade.

sábado, 1 de outubro de 2011

família?


Pais não deveriam ser pais. Ao menos não os meus. Sempre me senti sozinho. E os abraços sempre me pareceram falsos. Tudo que aprendi foi a vida que me ensinou com sua eterna delicadeza de elefante. E continuo aprendendo. Continuo me tornando mais frio, mais cruel, e mais dependente apenas de mim. Porque não conto com colos para apoiar a cabeça, nem choros que choram por mim, ou mesmo sorrisos sinceros. Preservo a união. Não a família. E dói em meu coração dizer que para mim há uma diferença entre os dois. Acabo que sempre serei só. Afinal, nasci assim.

Isadora Peres

Quando a vida não te dá motivos você deixa de acreditar.